sexta-feira, 1 de junho de 2012

MULHER LENDO

                   

            Hoje fui ao shopping com minha filha Karen. Minha intensão era não sair de casa hoje, pois a semana foi super corrida. Mas o que não se faz por uma filha linda como a Karen? Ela me ajudou na arrumação da casa, e lá fomos nós. 
                 Quando entrei no shopping, senti logo o cheiro de pipoca de cinema no ar. Pessoas lindas, bem arrumadas e felizes falando muito, comprando e comendo. Lojas arrumadas mostrando as roupas da moda, sapatos dos sonhos e bolsas adoráveis. A iluminação perfeita e o piso  super brilhoso. Cafés estrategicamente espalhados pelo ambiente, com pessoas sorrindo, tagarelando, comendo tortas e tomando todo tipo de café, com as sacolas decoradas cheias de compras colocadas aos pés, esperando serem levadas para casa. 
                Fomos direto à uma loja , pois a peça tão desejada e sonhada estava lá. Esperávamos muito que estivesse lá. Mas quando chegamos, ela se apaixonou por um vestido. E agora, o que levar, a saia mullet tão sonhada ou aquele vestido plissado que a deixou com jeito de menina? Eu aconselhei ( logo eu, que tenho como tema: eu não posso usar todas as roupas do guarda roupa, mas só uma) que levasse os dois, pois eram lindos e combinavam com tudo o que ela já tinha. Dividi no meu cartão para facilitar para minha linda. 
               Passamos no Carrefour para comprar frutas,  queijos  e doces, e fomos embora. Mas primeiro tinha que pagar o estacionamento. Eu já estava toda dolorida de tanto andar, e me sentei no espaço do shopping onde tinha sofás e cadeiras para descansar. Coloquei a bolsa no sofá, e o pacote de bananas no colo. Pacote não, saco plástico transparente mesmo,pois os supermercados não tem mais sacolas plásticas, e a minha estava no carro. 
              Na outra ponta do sofá estava uma mulher lendo. Enquanto a Karen não vinha, observei a mulher. Uma mulher chique, bem vestida, uma bota bonita, discretamente penteada. Até o livro era bonito, grosso, de páginas amarelinhas, de papel canson, letras bonitas. Ela conseguia ler com aquele barulho todo. Acho que ela percebeu minha curiosidade, pois ela dava umas olhadinhas para mim. Porque será que ela lia naquele lugar barulhento? Será que esperava um filho que estava no cinema, ou filhos fazendo compras, ou netos no parquinho talvez? Ou será que ela gostava de ler no sofá preto de couro do shopping. Tudo ali combinava com ela. 
                    Pensei comigo: qualquer dia vou trazer um livro, sentar aqui e ler também. E vou me arrumar bem... Em meio aos meus pensamentos, a Karen chegou, toda linda, com a sua blusa rosê de algodão com 40% seda ( ela me contou na fila do supermercado) com os cabelos em movimento, com aquele sorriso feliz. Me levantei,  e,  a banana foi ao chão. Que trapalhona sou eu. A mulher deu uma olhadinha para mim. Peguei o saco transparente de bananas e fomos em direção à porta. E ela ficou lá, toda chique, lendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abra seu coração! Seu comentário enriquece este espaço!